rosa dos ventos
navegam sempre em cada corpo
um barco que se resigna e outro que reluz e solta as velas no vento
tenho navegado em busca desses ventos... onde estão?
mareando a cada dia, entre o nascer e o pôr do sol
é por isso que quando a vida se apequena eu corro para o mar
porque tem um mar dentro de cada um de nós
e fico estirada na pedra por instantes em que só há o agora
e tudo ganha um novo colorido e toma novos rumos
é também por isso que não me canso de reverenciar essa força nebulosa
o mar é mais que a água que desforma o planeta e encanta marinheiros
é onde tudo deságua e de onde tudo vem
porque tudo um dia chega no mar
e se não chega, é ele quem vai de encontro
o mar não é tão somente a morada de seres reluzentes
e de uma alucinante profusão de cores
e, mais abaixo, do silêncio ancestral
é também uma condição
ser mar é ser uma força que não se resigna
sabendo o momento de causar tempestades e se acalmar
é terra, e entra nela por todos os lados
a fecunda e a transforma em verde
é a mãe de todos os rios e a grande solidão do poeta
não tem início nem fim
abaixo de tudo há o seu reinado
é a condição única possível para que a vida aflore
agachada na pedra me deixo receber a maresia
e ouvir a voz dessa saudade por onde tantas vidas se perderam e se encontraram
e ainda hão de passar, e nascer, pois tudo nasceu no mar
consigo sentir aquele primeiro pulso e a reação da água
gargalhar de alegria, e chorar
e eu a dormir na pedra só para sentir por mais tempo
“essa imensidão imensa do mar imenso”
o mar não tem fim porque a vida também não
a vida que mexe, vai, vem, se cala e, de repente, estoura
sempre de repente, as surpresas das tempestades...
essa vida sem fim permanece pra sempre como gota desse mar infinito
assim como poeira do universo que também está no mar
elo da terra com o céu
eu, em toda a minha finitude, não posso mais vê-lo
pois sufoca essa indiferença toda do mar
assim, quando cesso de com ele conversar
todo o universo abre-se para mim como quando
abriu-se naquele dia em que o primeiro suspiro se fez sobre estas terras
tão iluminadas de se deitar no mar
e então me torno grande, mesmo diante de todas as montanhas
o mar me diz para atravessá-las e unir-se a elas
como onda arremessada na rocha
é assim que parto para mais um dia,
do qual o fim é sempre um recomeço e uma luta
e de longe eu canto as saudades do passado e do futuro...
todos os dias
um barco que se resigna e outro que reluz e solta as velas no vento
tenho navegado em busca desses ventos... onde estão?
mareando a cada dia, entre o nascer e o pôr do sol
é por isso que quando a vida se apequena eu corro para o mar
porque tem um mar dentro de cada um de nós
e fico estirada na pedra por instantes em que só há o agora
e tudo ganha um novo colorido e toma novos rumos
é também por isso que não me canso de reverenciar essa força nebulosa
o mar é mais que a água que desforma o planeta e encanta marinheiros
é onde tudo deságua e de onde tudo vem
porque tudo um dia chega no mar
e se não chega, é ele quem vai de encontro
o mar não é tão somente a morada de seres reluzentes
e de uma alucinante profusão de cores
e, mais abaixo, do silêncio ancestral
é também uma condição
ser mar é ser uma força que não se resigna
sabendo o momento de causar tempestades e se acalmar
é terra, e entra nela por todos os lados
a fecunda e a transforma em verde
é a mãe de todos os rios e a grande solidão do poeta
não tem início nem fim
abaixo de tudo há o seu reinado
é a condição única possível para que a vida aflore
agachada na pedra me deixo receber a maresia
e ouvir a voz dessa saudade por onde tantas vidas se perderam e se encontraram
e ainda hão de passar, e nascer, pois tudo nasceu no mar
consigo sentir aquele primeiro pulso e a reação da água
gargalhar de alegria, e chorar
e eu a dormir na pedra só para sentir por mais tempo
“essa imensidão imensa do mar imenso”
o mar não tem fim porque a vida também não
a vida que mexe, vai, vem, se cala e, de repente, estoura
sempre de repente, as surpresas das tempestades...
essa vida sem fim permanece pra sempre como gota desse mar infinito
assim como poeira do universo que também está no mar
elo da terra com o céu
eu, em toda a minha finitude, não posso mais vê-lo
pois sufoca essa indiferença toda do mar
assim, quando cesso de com ele conversar
todo o universo abre-se para mim como quando
abriu-se naquele dia em que o primeiro suspiro se fez sobre estas terras
tão iluminadas de se deitar no mar
e então me torno grande, mesmo diante de todas as montanhas
o mar me diz para atravessá-las e unir-se a elas
como onda arremessada na rocha
é assim que parto para mais um dia,
do qual o fim é sempre um recomeço e uma luta
e de longe eu canto as saudades do passado e do futuro...
todos os dias