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Mostrando postagens de agosto, 2013

Do desejo e do desapego

Pequenos momentos podem ser grandes momentos, quando capazes de ampliar a vida, de torná-la mais bonita e mais leve. E talvez sejam os pequenos momentos os que mais deem sentido à vida. Um abraço, um cafuné, um bom café, uma boa noite de sexo, encontros, reencontros, olhares, fazer uma comida pra quem se gosta, oferecer e receber ouvido, atenção, colo, flores, ter aquela conversa, beber um vinho, conseguir fechar um trabalho, iniciar um, pegar um avião, saltar do avião, chegar num lugar desconhecido, chegar num lugar que se ama. É no dia a dia que as coisas se consolidam, que a intuição tem espaço, que se constrói e se destrói. É no cotidiano, na necessidade de viver o que a vida nos coloca como nosso, que temos a chance de aplicar conhecimentos, teorias, juntar práticas, organizar, reorganizar, desorganizar. É no dia a dia que dimensões fundamentais da vida ganham espaço, como o cuidado, a atenção, a relação entre o que somos e o que é o outro e o mundo. Os grandes acontecimentos são

desabafo apaixonado

este texto foi deletado para dar lugar a asas de borboleta agora ele quer voar para onde a palavra não cresça

o olho do universo

estou em prece largada ao chão a contemplar o que não descrevo apenas sinto o chão é gelado e meu amor é chama consistente o olho do universo ilumina minha varanda observando meus movimentos como se soubesse o que penso e como se compartilhasse dos meus anseios e, cúmplice, atestasse o meu desejo sobre a minha bicicleta, a lua cheia, que sabe que dela nunca me canso o som de um solo de les paul me arrasta pra longe e eu poderia chegar agora onde jamais estive antes assim, tão carregada de futuro... escrevo e o céu é de um negro profundo que arrepia os sonhos mais bonitos chega a doer no peito tamanha beleza e meu silêncio é uma reza em agradecimento pois a lua cheia no alto do céu anuncia novos dias anuncia um despertar e as nuvens de cores camufladas que circulam em torno dela e logo atrás, a montanha, vista da janela dizem do meu corpo a querer ser pássaro queria eu, agora, estar lá perto a olhar bem dentro do olho do universo é fácil ser fe

poesia de família

os poemas dedicados à família! --- do corpo uno aos meus pais vocês, que me conceberam... são também o meu corpo! está no meu sangue o código  que vem de gerações antigas do homo sapiens aos nossos patrícios seu pereira e sr. vieira cristo outros de nome desconhecido... mas são vocês que estão na minha pele! de que importa o sangue? importa a relação viscosa  do amor de pai e mãe a torcida calorosa na arquibancada da vida aquele beijo dado no saguão do aeroporto enchendo de lágrima a despedida tão “desnecessária”  porque logo viria o retorno aquele semblante de cansaço... e eu chegava com o cheiro de álcool aquela voz levantada com o medo aquele frio na espinha quando chegou em mim o desejo e então, aquele olhar aquele que revela uma galáxia  de quem carrega o coração fora de si ninguém será capaz de me dizer que tal sensação valiosa é essa que nos torna do outro, um só  com nosso corpo saberei

jogo de palavras

errante solidão do corpo sólido causa anseio calmo possível fosse gloriosa saudação do etéreo gélido busco antigo salmo num caminho doce