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Mostrando postagens de outubro, 2012

Vanessa

venha vida! venha com tudo! mantenha-se no ritmo que está e continue me trazendo essas coisas todas que havia reservado para que só chegassem agora passaram-se os anos foram intensos foram necessários foram dolorosos e então, eis que é festa o meu coração ainda tateando... mas pulsa mais leve anda de saia que balança com o vento se ele sofre? mas é claro! porém, hoje, ele ri hoje, ele respira então pode vir que a porta está escancarada e o que eu era já não mais reconheço sou agora mais o que eu quero cheguei em vários pontos de outros estou perto sou um desejo incontrolável de viver porque hoje sei que tenho a força necessária para só ser a borboleta saiu do casulo agora voa e mais nada sua missão já estava cravada no nome desde antes de nascer essa, cujo nome foi criado num poema de amor e, vejam só, por um escritor

mensagem na garrafa

o que pode, um encontro de oceanos, ser capaz de produzir? nado num mar desconhecido eu, atlântica você, pacífico como escrevi um dia tomada por uma febre, também ela, oceânica pergunto se será tsunami sudoeste ou calmaria estarão os barcos à deriva? cada um de nós imensidão tanto ainda desconhecido lá nas profundezas escuras cada um de nós amplidão mas para alívio do corpo marítimo o tempo do oceano é longo e nos recorda que as marés se renovam no dançar da lua num piscar de olhos do planeta de repente, tudo muda

o garoto do 415

reparei em você calado em pé num 415 lotado era bonito tinha rosto de menino embora cansado parecia não ser mais tão menino assim eu te olhava você me viu acho que gostava da música que eu ouvia quando sorriu lendo meus lábios ao me ver cantarolar minhas tatuagens chamavam seu olhar e eu cantava despretensiosa espiava da janela, a noite eu poderia ter falado com você e até agora passado algumas horas não sei porque não o fiz nem você, me pergunto eu não precisaria saber seu nome você era lindo você tinha barba cabelo claro despenteado e usava óculos quanta imaginação se passou dentro de mim, garoto naquele trajeto longo quem sabe não era você quem viria me aliviar a angústia de uma paixão doida que me toma o dia como se eu quisesse deixá-la... essa paixão que tanto tem a minha estima porque é pura vontade de viver mas às vezes a saudade é física mesmo que tenham se passado tão poucos dias e como manter viva a alegria sem deixar q

into the wild

such is the way of the world such is the passage of time too fast to fold é por isso que minha poesia fala somente ao que me toca porque aquilo que me toca faz a vida cumprir seu desígnio de ser grande simplesmente porque é o que não se pode negar aquilo para o qual não é possível fechar os olhos selvagem assim, quando falo de mim falo do mundo não do ego sou uma mulher que corre com os lobos que vê a vida como um grande livro e não se contenta em ler apenas as primeiras páginas que tem medo mas deu a mão à coragem que vai porque ficar é morrer devagar que se lança ao mar, à montanha, ao amor, ao novo e sua violência porque amor é liberdade e perto da natureza selvagem é onde me sinto melhor onde tem suor corpo, terra, água, vento, música silêncio com tudo isso faço da minha poesia o maravilhoso do dia a dia porque faço do dia a dia o maravilhoso quis ser cineasta porque penso em imagens descobri que faço imagens melhor com as palavr

fragmentos de uma carta para ele

do seu olhar escandaloso alivio um grito do alto do meu ego destruído respondo pela calma em ondas de respiração profunda (e é preciso ter postura) por isso durmo clamando por nada por um espaço vazio de sentido em uma existência apaixonada acreditando no acaso e também nas suas falhas de tempo que se esgota quando o acontecimento se instaura e não me farei de morta! dança, solitário, um Dionísio nascente na minha porta porque não existe força que se atente para essa ausência desmedida e eu busco as palavras por falta de algo mais certeiro agora pra dizer o que eu não diria ao menos não escondo um sorriso errático que busca pelo teu encantado sou estrela em combustão te conto uma história e deixo transparecer que quero a aurora de dias mais leves faço poesia como quem faz o bolo pra o café pra que o teu olhar subterrâneo me desperte essa fome sem tamanho no fundo desses olhos castanhos pra que a arrogante palavra não possa se instaurar