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Mostrando postagens de março, 2013

Hoje eu quero o amor mais profundo: meditação de uma Thaís brasileira e contemporânea distante da conversão

Um ensaio sobre o feminino e o masculino, arte e sociedade, a partir de uma autonarrativa afetiva Na introdução da minha dissertação de mestrado falo muito sobre minha história. Quase sempre, quando escrevo, falo de mim, mas não por um egocentrismo. É tão somente porque não consigo falar do mundo sem falar da minha experiência de mundo e de como a vida se revela em mim, entendendo que sou um corpo, mas atravessado por inúmeras singularidades, como qualquer corpo, ou seja, sou apenas mais um campo múltiplo desse universo. Acredito que falar de si mesmo é falar do mundo, também escrevi isso na dissertação, e o mestre Muniz Sodré me disse: "você escreve muito bem Vanessa, e sabe o que os escritores sabem, que escrever sobre si mesmo é escrever na linguagem universal". Olha que ouvir isso do Muniz foi uma alegria só. E me lembrei daquela frase de Tolstói: "se queres ser universal, comeces por pintar a tua aldeia". É isso. Gosto de compartilhar das minhas experiênc

o mar e a música

paixão: bom ou mau movimento da alma, diz o dicionário... amor excessivo, entusiasmo, predileção. me dê uma música para cantar e um veleiro para navegar que eu crio um mundo! paixão! e nada é capaz de depor minha alegria tesão! aproxime de mim um corpo a exalar amor sonoro faça conversar com minha alma toda a experiência de ser música no próprio corpo!... que morro de amor em ser humana traga para mim ventos do mar sem fim entenda o que diz as ondas e o profundo mundo do azul e verás a mais feliz das criaturas do planeta eu, Vanessa metade da alma música metade da alma maresia corpo presto barco maestro corpo do gesto da poesia dê-me um barco, poeta dê-me um piano e a nota certa, qualquer ela, que danço a dança da criação que danço tudo: o sagrado o profano o tesouro dos Nibelungos e me dê um sorriso sincero que eu faço música pra você e lhe dou toda a vida que quero esbanje afeto e amor que construo um barco para navegar pra lá d

Casta Diva

Um poema de aniversário para André Aguiar Protásio Norma Baiana, banhada no mais fino óleo de jasmim, sendo o mundo um palco és uma diva adorada! Lá na coxia, autor trágico, devora o corpo de um baterista alado. Estrela que cativou espaço imenso no meu coração errante, tu és meu baianinho, amante do que existe de mais belo do que há de mais alegre do que tem de mais sincero. Bruxo das imagens-corpo! Corpo que resiste, força de leão, corpo que alonga... tesão         esse                de ser                          corpo... Com um bailado Luiz Caldas, humor de Mafalda, bota pra quebrar com a moral porque o que importa nessa vida é carnaval! Nesse mundo que é palco, minha diva, és ainda o calafrio do violino...                                 Minhas costas se arrepiam em compartilhar desejos contigo. Tu que tens um timbre de contralto, e a delicadeza de um soprano em dia de fúria... Venha meu Buster Keaton! Sei que tens a cura! A cura d

ponteio

ainda não dormi neste domingo mas o domingo já virou segunda e a segunda precede um retorno matutino ouço Villa-Lobos e o tempo se contorce inflando meu coração o prelúdio da Bachianas 7 é apenas um indício de que algo acontece o que se anuncia agora? que moda de viola? sinto um novo fervor depois da página virada... de livro jogado fora tenho à minha frente páginas em branco para novas histórias e pautas virgens aguardando novas sinfonias o corpo não se ludibria alguma coisa acontece no meu coração e todo ele quer amar quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar