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Mostrando postagens de março, 2008

Bio e micropolíticas

Nesses últimos dias discuti com meus alunos a idéia de biopolítica como a lógica do estado, de que forma aquilo que Guattari chama de produção de subjetividade capitalística atualiza a biopolítica hoje, e como micropolíticas podem ser práticas efetivas de nos colocarmos como criadores e protagonistas, invertendo a lógica de que o macro (Estado, leis, corporações etc) é a voz que define as necessidades e, assim, ações de intervenção, sejam elas no âmbito social, educacional, da saúde, dos julgamentos etc. Cada turma reagiu de uma forma e enriqueceu a discussão. Porém nenhuma passou sem reagir, o que foi ótimo, pois a aula fica mais intensa e interessante para os dois lados. Muitos questionamentos surgiram na minha cabeça, inclusive de um aluno que questionou até que ponto o meu vegetarianismo não foi capturado por essa subjetividade dominante e se coloca reproduzindo velhas hierarquias e vícios que estão enraizados na nossa sociedade. Algo a se pensar. Ele tem razão ao afirmar que essa

Poesia ingênua

Basta apenas um sorriso E meu mundo se abre em flor Basta um som rasgado Uma voz apaixonada Basta um suor de desejo E um fôlego sem fim Uma luminosidade cara Uma insanidade rara Bastam os acordes E as harmonias de um dia de sol As chuvas de verão Os sonhos de calor Os filmes que eu não vi Os beijos que virão E bastam os abraços Os corpos que se encontram Os olhares que aprofundam As forças que juntas se consomem E então um grito ecoa no ar E me diz que na vida Embora existam as saudades Tudo tem fim na alegria Que nos jardins de rosas Todas as dores se transformam Em luzes que se espalham pelo céu Que lá fora há um sol gritando por nós E um planeta que não se cansa de amar E uma vida que nasce Intensamente a todo instante Como a cada instante nascem e morrem Astros por todo o universo Como a cada instante damos a luz A tudo aquilo que fazemos E a tudo o que o desejo Conduz e transforma em concretude

Produção cultural

Alunos lá da Faculdade (pra quem não sabe sou professora substituta de planejamento cultural no curso de produção cultural da UFF) pediram para eu escrever um texto para os calouros e para o manual que eles fizeram sobre o curso. Bem legal isso. Estão voltando as boas iniciativas alunescas lá na procult. Fizemos um debate de ex-alunos essa semana e foi bem legal relembrar um monte de coisas. Reproduzo o texto abaixo. Não sei o que acho dele. As vezes gosto, as vezes não. Acredito que o ofício de produtor cultural é um dos mais abrangentes, porém um dos mais fascinantes e, ao mesmo tempo, mais perigosos que existem, porque podemos ser criadores e mediadores de desejos e políticas. Assim, cabe a nós, que nos intitulamos produtores, trilhar os caminhos onde queremos atuar. Aqui vale uma reflexão: até que ponto é um produtor cultural aquele que colabora, hoje, na manutenção de instituições e padrões culturais da megamáquina de produção de subjetividade capitalística, para usar uma e