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Mostrando postagens de setembro, 2017

Catedral

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Há tempos atrás Sonhei para nós dois Uma gótica catedral De pedras firmes E torres bem altas Para delirarmos A ilusão da eternidade Mas ervas daninhas Proliferaram  nas cabeças Dos gárgulas E no fim dos tempos O que restou Foi nada Até nos esbarrarmos Na velha cidade Sob o leito Da madrugada

Apenas de poesia

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Se eu pudesse Viveria só de poesia Encarnada na beleza E na crueldade do sutil Largaria os delírios errados As planilhas sem vida Os contratos que amarram A burocracia construída Pois amanheci desejando mergulhar No que revelam aqueles olhos Foi por pouco que não te disse, Não sei bem de que maneira, Que devias ser meu, por que não Amanheci querendo o brilho dos girassóis Dos quadros de Van Gogh na minha janela E quando eu olhasse a vida lá fora Não veria apenas os carros que passam Amanheci querendo mais a prosa de ontem O riso amigo talhado em reencontros criativos O prosecco providencial de uma noite sem fim Poética dos tempos sem tempo da paixão Amanheci querendo diluir minha alma No andantino da quarta de Tchaikovsky Ainda que o russo não rime com o português Mas amanheci e já tocava o telefone E me lembrei da moral E já era tarde para o capital Pois que lugar pode ter a poesia no tempo do trabalho Pois que lugar pode ter a poesia no tempo das conv