Se há cansaço
Se há cansaço E uma vez vivo, haverá Há também a casa Pedaço imenso de conforto Singular Que descansa O que a lida cansa E nos convida a recuar Nessas horas pesarosas Pouca coisa importa O essencial se porta Horizonte em nobre cena Sob as folhas que balançam Plenas de sua fotossíntese Ao céu estrelado Fragmento do óbvio Que atrai o homo sapiens Desde o seu primeiro espasmo E o silêncio inquebrantável Do abraço que se ama Confortável Ruídos de grilo Ecoando na montanha Café e cama Um vinhedo antigo Lembra que o tempo É o rei soberano Se há cansaço E uma vez vivo, haverá Há também um oceano De calma e certeza De onde é preciso estar