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eu "é" um outro

quem eu sou... um grande conglomerado de muitos eus e do outro uma vontade de não ser só eu nessa limitação que aprendi a acreditar e nao necessariamente uma questão de escolha sou o outro sempre, quando sorri e quando chora e então, não durmo

desabafo

viver pairando sobre as brisas para depois lançar-me novamente pudera eu ser brisa e toda a vida pareceria mais leve mas eu sinto até os interfones quando tocam e as britadeiras espalhadas por todas as cidades que hoje já são grandes até mesmo sem sê-las e que agonizam em obras sem fim quero ser poeta do meu tempo mas não sei até onde isso é possível recolho as folhas e os gravetos de outono para que não perca de vista minha alegria de mudanças porque elas doem e eu sinto doer cada pedaço do mundo as agonias, a força vencida pela arma os peixes, as tartarugas, e tudo o que sofre no mar tão invadido de garrafas carregadas de uma mensagem que preferia não ler sinto a dor de cada árvore derrubada, cada planta impedida de crescer, cada inseto que se esquiva no concreto e por tudo o que é grande porque é difícil desejar a grandeza em terra de ovelhas e é por isso que eu amo as putas que querem ser putas os vagabundos por opção a...

Pílulas

1. Em tempos de sociedade de controle morar num prédio sem câmeras nos elevadores, corredores e garagem é um luxo contemporâneo pra quem não sorri ao ser vigiado... Já há câmeras demais no mundo, inclusive nas bolsas e bolsos de todo mundo que, não contente em utilizar seus celulares em nome da proteção e do bem querer daqueles que amam , ainda podem utilizá-los para o disque denúncia da vida alheia. 2. Manoel Carlos, poupe-nos de suas lições e manuais de como viver a vida! 3. Serra na capa da Veja sorrindo? Alguém já viu o Serra sorrir antes? Quanto custa esse sorriso de Monalisa? 4. Escrevo tão pouco ao papel hoje que minha letra leva um tempo pra se encontrar... 5. A questão não me parece ser produzir e criar, mas produzir e criar com consistência. 6. Nas décadas de 70 e 80 Caetano Veloso, Sidney Magal, Ney Matogroso, Rita Lee, cada um com a sua genial singularidade, frequentavam o programa dos Trapalhões. Hoje a Turma do Didi recebe os astros mais singulares e inteligente...

Rotina

Existe poesia na rotina? digam aí. eu só vejo poesia! ---- Toca o despertador. Acordo. Não entendo o que está acontecendo. Disparo o soneca do celular. Ontem dormi um pouco tarde. Foi inevitável. Senti o cheiro da pele e do cabelo, pé no pé, chuvinha lá fora, o calor do corpo dele do meu lado. Gozei e perdi o sono. Falamos da vida, tivemos idéias esquisitas, rimos muito disso. Ele dormiu, eu fiquei pensando em qualquer coisa, peguei um livro, Pessoa, Saramago, Tantra, Eram os Deuses Astronautas... tanto faz. Era um livro que eu gostava. Dormi. O soneca dispara a cada cinco minutos. Não consigo configurar pra dez. Levanto e vou fazer xixi. Vejo minhas olheiras no espelho. Vou ao quarto dar um beijo no rosto dele enquanto ainda dorme e fecho a porta. Nado, faço yoga. Volto. Fazemos café, vitamina com frutas, quinua, linhaça e leite de soja. A gente se beija, se abraça e come pão integral com manteiga. Vejo o que se passa na TV. Notícias de furacões, terremotos, maremotos, Mais Você,...

NOT A SPALLA

tenho a sensação de que conheço todas as pessoas eu as escuto falar, chorar, contar os segredos infelizmente as ouço lamentar... não que isso tome mais a minha energia já faz tempo que deixei de ser um ombro sou um corpo ou não sou

celebremos!

só o desejo é definitivamente o que arrebata um tesão doido de viver e de enlouquecer a lucidez cotidiana do rebanho! viva a diferença! eu amo com o corpo eu sinto com o pensamento eu gozo com as palavras, a lida, a dita, a cantada, a que escapa eu transpiro com os risos vivas a morte da moral! eu desejo e isso não é nietzschiano. isso é vida! desejo uma doçura interminável, mas apenas até onde esbarro no limiar do doce e cedo lugar a pimenta de olhar nos olhos da vida e dizer: foda-se! em 22 de julho de 2009

série forças - a terra

essa saudade... para onde voltam sempre as andorinhas