A arte torna visível o invisível!
Depois da conversão da noite
Espreguicei no silêncio, A alma repleta de sábado. Respirava fundo, Sentia o cheiro de luz. A madrugada, úmida, Tinha som de marolas E de grilos preguiçosos. Lá, extasiada, fui convertida À igreja do corpo E das memórias perdidas. Acharam-se, elas, numa lua escondida Num céu de nuvens-bálsamo Encoberto pela escuridão. Cresci um tanto de centímetros Nos sonhos. Hoje, eles alcançam O longe das planícies. Atravessam montanhas, Correm junto aos rios, E se metem a querer ser o oceano. Tão largos, sagrados e santos! Vez em quando fingem ser coqueiros E deixam suas folhas serenas balançarem Como se fossem os cabelos de Deus. Alonguei no horizonte. Estava escuro. Eu via tudo... A alma repleta!