Um futuro

Depois, quando tudo estiver consumado, vamos rir.

Vamos rir como riem os mortais
na instantânea alegria do gozo.

Depois do choro, vamos rir.

Gargalhar a felicidade
momentaneamente eterna

da paixão delirante.

E vamos dobrar as esquinas
sem receio do terror da solidão
e invadir terrenos docemente próprios
ao cultivo do prazer de se estar vivo.

E forjar jardins de libélulas gigantes
que da sombra se iluminam à lua cheia.

Então diremos:
Um brinde quente à vida!
Um brinde alucinado à paixão!

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