Viver é bom nas curvas da estrada...

A solidão é uma puta velha
Ela chega cheia de ressentimento
Vai contando aquelas histórias mais bizarras
A gente se sente meio constrangido porque ela não tem papas na língua
Fala das dores passadas, das vezes que não queria
Ela gostaria de se vingar
Mas percebe que não há vingança possível
A quem? Ela se pergunta
E começa a contar outras histórias
Talvez elas nunca tenham existido
Mas se não existiram, não são menos reais
Só sei que de ressentidas não têm nada
E são uma celebração da vida, daquela forma mais inusitada
Diferente do comum, daquele comum que criamos como couraças
E o ressentimento vai ficando para trás quando se esquece
Ela vai esquecendo e vai tecendo o novo
Ela vai dizendo da montanha que escalou, do país que conheceu
Do homem que amou, das loucuras que cometeu
Se é verdade não importa,
Já produziu em mim uma alegria torta de viver
Tudo aquilo que posso fazer, todo o mundo inteiro pra sentir
E depois de contar todas as histórias, a puta velha se vai
Um tanto cansada, um tanto maravilhada
E eu fico, um tanto cansada, um tanto maravilhada...

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