Poema sensorial - ou da sensualidade universal
um suspiro e eu derreto como relógio de dali lentamente vem chegando com o ar quente cheiro de musgo a tocar minhas narinas como se fosse a mais bela das criaturas da natureza e com que sensualidade a água bate na rocha à beira da praia em dia de profundo silêncio esse que toca dentro de mim uma melodia doce e um ritmo cruel mesmo lá onde homens e mulheres ainda não estiveram lá também o calor faz os corpos se tocarem como calor quântico e multidimensional sem o qual nem o cosmo nem a vida seriam possíveis e que empresta sua bossa à valsa vascular trazida ao ar pelo violoncelista cujos dedos tocam as cordas como se tocassem uma mulher de pele macia brilhando ao sol, em dia de brisa e verão ela, que com seus beijos não hesitaria em lançá-lo àquele prazer profundo que só as madrugadas permitem perceber suave e intenso, o óbvio do mundo como o odor do carvalho, o gosto do pão, o tanino da bebida com seus dedos a desenhá-lo parte a part