uma sinfonia deve conter o mundo e, em cada mundo, a paixão! amanhecia a vida anunciaram, as madeiras, notas transversais tomaram o meu corpo e eu me rendi ao suor do sopro fosso-oboé do meu desejo clarineta fálica do meu sexo meu nexo é levar a vida na flauta e, em se tratando de paixão, meu fagote sussurra coisas impronunciáveis metalizando a fala minha verdade rara é tomada de torpor trompas, trompetes, tubas, trombones quando o mundo se refaz, são eles que anunciam e, logo depois, na percussão do universo, anuncia-se o verbo! um tímpano é capaz de produzir um mundo novo e a infinidade de tudo o que percute torna a existência mais certa e menos rude e, entram elas, as teclas, martelando a minha espinha dorsal e arrepiando versos que, piano, poderiam fazer nascer carnaval para então, cravo, ressurgir, na quarta-feira, o sagrado em uma harmonia inteira a ecoar, também profano, o choro de um magnífico coro para chegarmos às cordas! onde a reali