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Mostrando postagens de outubro, 2015

Astrolábio

Partiu mais um barco Levou pro sem rumo da vida Os barris de rum vazios Quinquilharias que já não Faziam sentido Roupas velhas, Papagaios mortos E todas as cartas de um baú Já carcomido Onde a craca dos mariscos Longe d’água Começou a dar mau cheiro Partiu mais um barco E, em mim, Partiu-se ao meio Mas eu, pirata que sou, Roubei outro para mim! Meu sonho Nunca é um barco abandonado Pois é fiel ao destino De não ficar ancorado No mínimo, Somos uma família de exilados Meus sonhos, o sol, os peixes E os pássaros Conversando todas as manhãs Sob um convés alado E o que dizer do espelho? Quando olho pro mar E me reconheço Sei que antes De amar qualquer coisa Devo sempre Amar meu próprio zelo No mais, Entre uma solidão e outra Encho os barris E convoco a artilharia Agora, ando apenas Com artilharia pesada E não há mais desejo em mim Que passe fome Pois a arma Mais forte que encontrei Foi dar ao barco