Derradeiro
Ante o imponderável Paro e sinto Que mistérios ligam Os meus sentidos Ao infinito Pensar alturas não é só para poetas A vida tem asas e abismos Pairando no tempo o espaço aberto Rasga um coração Derramamentos Fosse meu corpo um cetro Eu o traria agora para mim Dono de si-realeza-interna Cavalheiro de cor marfim Ante o impossível Paro e observo O antes improvável Torna-se certo Que de noite seja dia Porque não Que o dia seja raro O beijo desejado Acontecido O fosso das almas perdidas Encontrado Fosse minha mente uma jangada Eu faria deste planeta um só mar Inteiro sem fronteiras e sem leis Cozido no amor com sabor de manacá Ante o inconsciente Paro e respiro Que palavras se parecem Com o que digo Que as estrelas sejam olhos Que os olhos sejam fome Talhado na pedra o charque Fervido na brasa o molho Arado o solo-chão para o sexo Fosse o meu mundo terroir Eu distribuiria música com Dionísio Beberíamos todos em sol maior Aniquilados pela sorte do