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Mostrando postagens de outubro, 2019

Revelação

Escrevo poesia quando menos espero No aguardo da poesia mesma Ou flertando com aquela Que brota do concreto Todo o tempo ela assopra no meu ouvido: vai, Vanessa, me revela! E as palavras me saem Como vazamento No bueiro da calçada Invadindo a arquitetura E toda a forma muito bem estruturada Suja, bela, inesperada Palavra amorfa que se amolda Ao que transborda Nessa hora eu poderia ser qualquer coisa Chão, parede, janela Qualquer densidade com cheiro de musgo Todas as vigas e varas do teto Para saber como é ser permanente E preparada com cimento para o acaso Porque a poesia me ensinou Que ser humano se prepara mesmo É no despreparo