Mauá
tenho em mim uma cicatriz da Maromba com que me presenteou o Escorrega acima da flor de lótus residirá eterna como a tatuagem a alegria de repente ganha forma no meu corpo porque aquele lugar também é meu corpo e meu corpo é a pedra e o rio Preto meu sangue correu por ele, já deve ter chegado ao mar faz tempo meu sangue e o mar são agora um assim também meu corpo, toda Mauá, o rio, as pedras, a mata, os entes, as estrelas somos todos um único corpo modos da substância tão bela quanto mais indiferente consigo concebê-la e a flor residirá a expelir a cicatriz para sempre enquanto meu corpo resistir a entrega final e meu sangue estará lá, no rio, no mar, na chuva que cairá após os dias quentes de sol para voltar à terra e fazê-la mãe de uma árvore frutífera