Como se
é como se sobrasse em mim uma fresta
e ela pudesse reter, no ar, o não dito
há que se sentir o ar que embriaga os pulmões!
é como se faltasse em mim
alguma coisa ainda...
e o vazio não fosse mais que uma intenção
alguns dias de solidão
e tudo ganha novo colorido
meio mês e nada faz sentido
e meu tato procura, cheio,
as peças perdidas no passado recente
que, por si próprias, semearam meu jardim
aquelas folhas que entraram pela janela, ao vento,
procuram por aquele cheiro
pelas portas que se abriram
e as luzes que descortinaram túneis
fez-se brusca a passagem
é que enovelei tanto...
é que tudo, naquele agora,
que nem foi há tanto,
foi verdade
alguns dias de solidão
e nem mesmo a saudade
o que se passa?
cabelo a procurar a tempestade...
a desejar o dia que chegará
e que, sequer, sei o que será
perder toda a luz
não se pode
não se pode, lançada tão de cara
a tanta falta de sentido
perder o dia em que todo ele
existiu, inteiro, nas mãos que tocaram as minhas
e numa corrente iluminada
a vibrar a vida nova
que bateu na porta
ampliada
carregada de placenta
vida que destroça a aorta
mas, fez a vida, tão bonita,
a loucura de deixar nascer
aquilo que, quando nasce,
muda, para sempre,
a si mesma
e a porta, aberta,
convidou a aorta
para a festa
e ela pudesse reter, no ar, o não dito
há que se sentir o ar que embriaga os pulmões!
é como se faltasse em mim
alguma coisa ainda...
e o vazio não fosse mais que uma intenção
alguns dias de solidão
e tudo ganha novo colorido
meio mês e nada faz sentido
e meu tato procura, cheio,
as peças perdidas no passado recente
que, por si próprias, semearam meu jardim
aquelas folhas que entraram pela janela, ao vento,
procuram por aquele cheiro
pelas portas que se abriram
e as luzes que descortinaram túneis
fez-se brusca a passagem
é que enovelei tanto...
é que tudo, naquele agora,
que nem foi há tanto,
foi verdade
alguns dias de solidão
e nem mesmo a saudade
o que se passa?
cabelo a procurar a tempestade...
a desejar o dia que chegará
e que, sequer, sei o que será
perder toda a luz
não se pode
não se pode, lançada tão de cara
a tanta falta de sentido
perder o dia em que todo ele
existiu, inteiro, nas mãos que tocaram as minhas
e numa corrente iluminada
a vibrar a vida nova
que bateu na porta
ampliada
carregada de placenta
vida que destroça a aorta
mas, fez a vida, tão bonita,
a loucura de deixar nascer
aquilo que, quando nasce,
muda, para sempre,
a si mesma
e a porta, aberta,
convidou a aorta
para a festa