réquiem
jamais
houve
metamorfose
maior
que esta
nem silêncio
tão doloroso
desses
de nascer
o novo
revirando
o próprio
poço
jamais
a vida
gritou
tão alto
dentro
do meu
corpo
alto,
tanto,
que sou
incapaz
de escuta
e deixo
que se derrame
todo
o pranto
sinto
é rasgo
no estômago
e o coração
pulsando
em cada
veia
desfazendo
toda
e qualquer teia
transformando
em cacos
os laços
para renascê-los
borboletas
sinto
é que rasguei
agora
a placenta
e ando
testando
a carga
nos fios
da solidão
para saber
até onde
aguenta
sei que não mais
haverá drama
estou farta
jamais
houve
metamorfose
mais rara
nem silêncio
tão precioso
desses
de celebrar
o novo
refazendo
o próprio
poço