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Mostrando postagens de agosto, 2014

De volta pra casa

Como se revisitasse sólida A doçura do meu afeto Aquela estrela amanhecida Me tomou inteira nos teus olhos O mundo curtia ao longe A tua senda envaidecida de saudade Teu inexato signo da morte Verdade que tomada ao vento Foge ao meu caminho Que tão íntimo ao teu, agora, Se dobra na curva extática do infinito Como se faltasse um nome Uma palavra têxtil me tomou de assalto E o campo numeroso do meu corpo mago Fez chover sorrisos como meteoros tortos Eis que o nome é o que menos importa Pois se abriram as portas mais esplendorosas Que temperadas me tomam feito o mar E carregam meu sangue no teu paladar Como se transbordasse a fome Nasceu inteira uma lavoura enorme Dentro da qual se dança o campo Imantado de uma música-criança E brotam lírios, uvas, azeitonas E árvores pedindo seiva bruta No horizonte endoidecido de desejo Em que insetos despejam seus segredos Na roda placentária movida de cheiro Amanheci o ser amado no meu beijo Anoiteci minha palavra nas e

Metalinguagem

Meu paradeiro hoje Um espelho Narcisismo da exaustão Não ouse querer encontrar O meu ego na multidão Estou só Como só os exaustos Sabem sê-lo Com o corpo mais arrasado Que a natureza concebeu Que não suporta a luz, o caos Fadiga de coliseu Incapaz de tolerar o traço mal feito E a palavra mal dita Para seu governo torto Faço poesia com a matéria vida Num banco de metrô No ensaio de uma orquestra Quando já não dá mais Pra suportar o próprio sentido E nem mesmo toda festa Meu sentido é tão somente sentir E sei muito bem O que faz este corpo cansado Sorrir Um espelho aberto um dia Na clausura do tempo linear Mostrou-me Sem tempo A cura que é amar Mas dormir Para um insone É tão belo Quanto o olhar Daquele homem. Faço poesia Com qualquer coisa Em dias assim Quando a dor no corpo Frita os músculos E elimina o doce cheiro do jasmim Pra não perder O mistério do coração Pra não morrer De obrigação