Improvável domingo
acordei um tanto extensa
e o cheiro de café
invadia meus sentidos
fazia silêncio, o céu estava azul
ventava um vento gelado
e eu podia ouvir, ao longe,
os pássaros
e me lembrei do rio,
do açude, das galinhas
da montanha que não cansava
de ser alma em forma de pedra
acordei e ouvi meu riso de criança,
de quando eu corria sem tempo
na sala grande da avó
fazendo festa
e me lembrei a primeira vez
que vi a morte
acordei e vi algo
que ainda não havia visto
era domingo
e tudo foi novidade
como a grande novidade um dia
da menina de olhos curiosos
aprendi, desde cedo,
a conviver com o improvável
e, assim, a acreditar
no inacreditável
e o cheiro de café
invadia meus sentidos
fazia silêncio, o céu estava azul
ventava um vento gelado
e eu podia ouvir, ao longe,
os pássaros
e me lembrei do rio,
do açude, das galinhas
da montanha que não cansava
de ser alma em forma de pedra
acordei e ouvi meu riso de criança,
de quando eu corria sem tempo
na sala grande da avó
fazendo festa
e me lembrei a primeira vez
que vi a morte
acordei e vi algo
que ainda não havia visto
era domingo
e tudo foi novidade
como a grande novidade um dia
da menina de olhos curiosos
aprendi, desde cedo,
a conviver com o improvável
e, assim, a acreditar
no inacreditável