Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2013

Do porto do adeus

( com a ajuda dos poetas ) vai marujo, saia do fundo do meu oceano ficarei do cais a te avistar seguir teu rumo pra te perder de vista no horizonte vai marujo, pula fora do meu barco depois de tanto que te deixei aqui ancorado você, marujo, é tão calado... vai marujo, dispara o seu mistério noutro lado naquele mar desconhecido e encontre as suas ilhas alagadas agora, aqui no porto do adeus, é que o meu ano começa transformei em cinzas todas as mensagens que te mandei engarrafadas e inicio a construção de um novo barco para esquecer aquele da noite derradeira onde permaneci à deriva deixarei livre o convés à bombordo para quem quiser subir de qualquer lado a partir deste dia de chuva em que a longitude se torna necessária quando a água lava toda a dor que ficou da tua indiferença de homem do mar tua negação corsária que só não é mais profunda que o vazio do universo ao luar no meio do oceano já estou no estaleiro, de pronto construindo ...

aos músicos

na intenção de reduzir a importância das palavras quem sabe, quase nada mais um dia, utilizá-las ainda recorro a elas que me prendem em celas vazias mas de que adiantaria... eu que fujo das regras é por isso que faço poesia na fé de encontrar a brecha onde a palavra diz mais do que diria dizê-las, cada vez mais, só mesmo de forma poética poupar a forma pouco estética de dizer tudo desesperadamente porque pouco dizem, as palavras, e mentem diz mais o silêncio que se instaura quando o absurdo e o maravilhoso ganham, no espaço-tempo, aura mas e a música? aquela que sai das almas extasiadas que dedilham cordas, as arranham como o abrir de olhos do primeiro instante... destes que submetem seus corpos a peles afinadas, agudos indecentes, seus dedos a teclas de infinito e àqueles graves instantes do mundo em seu início seus corações ao dissonante caminho de dizer sem precisar, a elas, recorrer... dirá? dirá a música aquilo que a palavra se esforça ...

carta de desistência

pareceu existir, neste tempo, desde aquele dia,               - noite!, uma mitologia histórias fantásticas são sempre inventadas!                     já ouvia... sempre soube que não há palavra revelada a alimentei, esta mitologia, por muitos dias (e somente eu) com lua, barco e poesia tracei as rotas! há um mapa de nossas passagens isto há! de resto, permanecerá ela, sempre ela, que corrói o tempo... a dúvida mas quem sabe se ele não é mesmo toda aquela alegria? quem sabe é real tudo o que talvez tenha eu inventado sobre aquele marujo à deriva? quem sabe aquele beijo-labirinto não tenha sido um sinal de que a vida nos leva mesmo é para o desconhecido... e eu, que poderia dizer a ele: me perdi sem fio nos teus labirintos , ainda busco a saída talvez eu não queira sair porque amo todos os mitos ou talvez tenha mesmo me perdido tanto que sair re...

Poemas de verão

verão é essa festa! eu peço que seja, deuses que iluminam a terra! que nesse verão meu sol brilhe com a intensidade certa e que venham os anjos nus, de corpos dourados a surfar nas minhas ondas perfeitas com calma a calma que o verão merece que venham leves sorridentes a me entregar presentes flores com cheiro entorpecente incensos a lembrar florestas gozo de estar vivo e poder ver que o mundo aí está, tão belo, que tudo pode ser festa! novamente! e que tenha água! água em abundância para refrescar todos os corações ardentes que o verão seja nossa fonte de descoberta do amor recente --- ah, esses garotos dourados de dorsos molhados essas peles queimadas de sol carregando seus instrumentos de prazer marítimo nas mãos essa juventude que exalam até entre os de mais vida na praia essa alegria de meninos que se lançam sem medo às ondas e arriscam suas peles curtidas sob tábuas...

Da necessidade

necessito a solidão completa do teu corpo o veludo que é tua voz quando falas sobre a vida necessito tua respiração profunda quando dorme e tua pele jovem encostada no meu sexo necessito teu suor cansado de verão tua exuberância de menino e tua força de homem feito necessito é simples do teu espírito aventureiro dessa alegria sem fim que é tua existência necessito-a em mim intensa