Do porto do adeus
( com a ajuda dos poetas ) vai marujo, saia do fundo do meu oceano ficarei do cais a te avistar seguir teu rumo pra te perder de vista no horizonte vai marujo, pula fora do meu barco depois de tanto que te deixei aqui ancorado você, marujo, é tão calado... vai marujo, dispara o seu mistério noutro lado naquele mar desconhecido e encontre as suas ilhas alagadas agora, aqui no porto do adeus, é que o meu ano começa transformei em cinzas todas as mensagens que te mandei engarrafadas e inicio a construção de um novo barco para esquecer aquele da noite derradeira onde permaneci à deriva deixarei livre o convés à bombordo para quem quiser subir de qualquer lado a partir deste dia de chuva em que a longitude se torna necessária quando a água lava toda a dor que ficou da tua indiferença de homem do mar tua negação corsária que só não é mais profunda que o vazio do universo ao luar no meio do oceano já estou no estaleiro, de pronto construindo ...