Ensaio sobre a nudez

a poesia, hoje, cedeu lugar à prosa.

O que ainda não é, só se faz sob o sol quando abrimos mão da obediência.  Não a obediência em relação ao outro, mas a que impomos a nós mesmos ou a de outros que introjetamos como se fosse nossa.

(Nilton Bonder, A Alma Imoral)

Hoje, domingo, acordei com um pressentimento. Saí de casa e voltei com uma missão. Era preciso escrever. A febre da escrita passou o dia em suspensão. Ela não sabia muito bem o que seria escrito. E, como febre, assim permaneceu. Mas agora as palavras começam a delinear um cenário. E sabe que, pra que o texto nasça, é preciso um ato: despir-me. Escrevi há alguns domingos atrás que domingo é o dia do possível. E resolvi fazer de todo domingo um dia especial. Religiosamente, para começar a semana com a certeza de que a vida, ainda que não seja escolha, não é senão o que acontece quando damos atenção a nós mesmos. Como muitos de meus dias, este não foi, em parte, como eu queria. Mas quantas vezes não é. Imagino que para todos nós seja assim. Porque criamos expectativas a partir de nossos desejos, e a vida quase sempre dá rasteira, porque é o puro e simples espaço da impermanência e da fortuna, em equilíbrio com o que fazemos dela. Hoje começa o ano novo judaico. Na relação íntima que cada um de nós, ocidentais, temos com o judaísmo, arrisco afirmar: hoje começa, para mim, um novo ano.

O dia não foi o que desejei? Melhor assim. Ele foi inteiro para mim. Ele foi uma orgia minha comigo mesma. Ele foi a celebração da novidade. Eu não estive só o tempo todo. Porém, no íntimo, sim. Eu estive naquela profunda e completa solidão de quem viveu o que viveu e sabe o que viveu e vive. Aquela solidão de que só você conhece a sua própria experiência, suas próprias limitações e seus desejos mais profundos. Então, não hesito em sair só. Arrisquei ir só, como tenho arriscado sempre. E neste ir só a gente esbarra em pares. A gente reconhece a solidão, da qual todos compartilhamos, naqueles que arriscam não escondê-la. Duas obras de arte me marcaram neste dia. Neste domingo de um fim de semana tão marcado pela arte. Assisti a um filme e a uma peça. Intocáveis e A Alma Imoral. Não me parece que foi um acaso. De alguma forma eu buscava alguma coisa com a qual pudesse compactuar na minha solidão e nela me confortar ao saber ser, a solidão, uma multidão. Fui ao filme só, - ainda que tenha feito um convite -, movida pelo desejo de ver com os meus olhos e o meu coração o que todos, afinal, comentavam tanto. E lá estava eu, num cinema lotado, às três da tarde, com a sensação de que a vida era estranha, porque coisas estranhas haviam se passado no caminho, e porque ela não é o que a gente quer (como uma criança birrenta), simplesmente. Quando o filme acabou, eu não sabia como reagir. Estava nua. As pessoas levantavam e saíam, algumas comentavam como era incrível, que bela estética, que história sensível. Eu não sabia o que fazer. Tinha vontade de chorar. Mas não chorava. Talvez por medo ou vergonha, porque eu sabia que o choro não seria comedido. Eu tremia. Eu queria dançar. Eu queria cometer uma loucura. Saí. Corri até o banheiro e chorei. Chorei. E como chorei... Eu não sabia como reagir e chorei. Chorava sem explicação (isso que não quero mais, explicação). Era tudo tão lindo e tão potente, e se misturava com tristeza, estagnação, espera, dor, culpa. Tudo ao mesmo tempo. Era lindo e era doloroso. E entendi que estranha não era a melhor palavra para definir a vida, mas sim diferente. Lembrei-me de quando ouvi isso ("não está estranho, está diferente") e como cabia tão bem àquela hora. Tudo estava diferente, e não estranho, porque nada é estranho à vida, especialmente, os acontecimentos. A vida sempre se revela diferente do que nos acostumamos... 

Mas ainda estava por vir o ápice da história, seu fim, que viria a ser, como todo fim, apenas mais um recomeço. Eu fui assistir A Alma Imoral. Encontrei dois amigos, que lá comigo estiveram o tempo todo. Um deles, um par de muitos anos. Tantos anos, que se torna impossível traduzir o que é nossa passagem pelo mundo e o que é o nosso amor. O outro deles, ela, alguém que desejei tanto que nunca chegasse perto e por quem hoje agradeço aos céus por amar, e por amar a sua coragem de amar. Conversei também com umas pessoas na fila, ávidas por essa imoralidade como eu estava. E encontrei um amigo-palhaço, corajoso de se lançar, a quem abracei profundamente por alguns segundos mesmo tendo passado tanto tempo da nossa intimidade, reconhecendo nele um par, uma alma flutuante, dessas inquietas, que querem mudar o mundo e sabem que se começa mudando a si mesma. E o que é essa mudança? Primeiro, buscar-se, sem medo do medo, sem medo do que possa encontrar. 

Amigos de muito tempo, outros de tão pouco, amores eternos, outros que não se sabe... E eis que vem o tempo. Tenho pensado muito sobre o tempo e o quanto ele é relativo de fato. O tempo longo pode ser tão potente quanto o tempo curto. Mas cada um tem a sua potência. A tradição nos faz acreditar que o tempo longo é o único que deve ser respeitado. E ignora o tempo curto, o instante, o inesperado. Tanto ignora que, quando o acontecimento rompe com todo o nosso conforto, a gente se desestabiliza e não consegue esquecê-lo. Se o acontecimento nos causa dor, passamos a odiá-lo. Se causa alegria, passamos a vangloriá-lo. De toda forma, com dor ou alegria, no momento do acontecimento o tempo se suspende. Chronos se ausenta, porque Kairós vem nos dizer que também ele reina sobre a Terra. A suspensão do tempo é aquele estado em que, ou estamos em profundo horror ou em profundo prazer que esquecemos tudo ao nosso redor e o tempo parece não existir, e é puro presente. Puro estado do renascimento, puro estado da iluminação. Porém, fracos, depois que se torna passado, desejamos voltar no tempo para evitá-lo, se em estado de horror; ou, se estamos em profundo prazer, desejamos voltar no tempo para revivê-lo. Das duas formas, é apego. 


Alguns dias atrás revi "O pequeno Buda", e reli o Dharma. Depois de alguns anos retorno a essa história maravilhosa do príncipe Sidarta e sua transformação em Buda. A vida me colocou novamente neste caminho, que eu não solicitei. Ele veio, e só me restou aceitá-lo. Fui a um templo de budismo tibetano. Falei de medo, crise e dor. Meditei em silêncio. Ah, o momento em que Sidarta descobre o sofrimento... Não há momento mais belo na história deste que viria a ser um iluminado. Sempre choro nessa hora, compartilhando com aquela alma imoral a alegria de encontrar, finalmente, o caminho da luz. A descoberta do sofrimento é a descoberta do caminho para a libertação. E ele encontra, tendo a terra como testemunha.

Pois quando o espetáculo começa, eis que lá está o budismo. Clarice Niskier nos conta sobre, sem querer, ter se tornado uma judia-budista. E nos conduz, assim, a uma jornada pela nossa imoralidade. Nada mais belo, nada mais providencial. Era como se cada palavra me dissesse o que eu já sabia. Mas isso revelava ao mesmo tempo a impotência. Saber. De que adianta saber? O que nos "adianta" é a coragem de, sabendo, agir. Mas isso me traz com ainda mais intensidade o que, além do tempo, é minha outra grande questão. Estrutura. Não temos estrutura para lidar com a vida como ela é. Ninguém nos ensinou que a vida era caos. Aprendemos a obedecer a ordem. E quando descobrimos que não controlamos a vida, corremos sérios riscos de entrarmos em estado de choque.

Nossa cultura não nos cria para sermos grandes, potentes e acreditarmos em nós mesmos. Mas a vida ignora a cultura. O desejo ignora a cultura. Porque a transgressão também compõe a realidade. A moral não é soberana. Aliás, nós somos transgressão. É isto que faz o humano ser humano. Clarice nos conta, como no livro de Bonder, que o mar vermelho não se abre antes para que os hebreus passem. Moisés encoraja-os a marcharem, aí sim, Deus, comovido com tamanha coragem, abre caminho no mar para que eles passem, quando já estão quase se afogando. Complementando, assim, essa passagem, ela então conta que certa vez, conversando com o rabino Bonder, comenta que se, quando criança, tivesse sido ensinada a marchar antes do mar abrir, não teria esperado tanto tempo pra fazer alguma coisa. Ao que o rabino lhe diz que não é preciso ensinar isso. As crianças não precisam ser ensinadas a desobedecer. Elas já nascem sabendo. Eis o retorno ao início deste texto, à frase retirada do livro. Se o corpo passou a ser o lugar da moral, é preciso que resgatemos o imoral da nossa alma. Porque a alma humana é essencialmente imoral. É na transgressão que a vida se mantém, porque se ela fosse sempre moral, acabaria. E hoje, num mundo onde até a transgressão parece se tornar uma moral, corremos riscos seríssimos de desaparecermos como espécie. Como singularidades então, nem se fala. A cada dia vejo morrer muitos de nós, humanos. Devagar. Nas filas, nas obrigações, afogados em suas máscaras, diluídos no passado ou num futuro imaginado, tentando cumprir o que esperam de nós. Somos um conglomerado de medrosos. De fracos cheios de si. Não temos estrutura. Nenhuma. Crescemos cheios de certezas, e de repente vem a vida e diz que as nossas certezas não são absolutamente nada no tempo do universo. E o que fazemos nessa hora? Tudo aquilo que já cansamos de ver, de ouvir, de apreciar (!!!), de desejar. somos ódio, medo, ciúme, inveja, orgulho. Tudo isso. Tudo que faz parte do ser humano, mas que é fruto da moral. A alma imoral, nessa hora, coitada, se dilui. Some. Deixamos de nos ver como toda aquela potência desobediente e nos tornamos somente os cordeiros da moral. Não temos estrutura porque crescemos acreditando que a vida está sob nosso controle, talvez porque quiséssemos ser Deus. Mas também aí a gente se engana, porque Deus é tão impermanente, tão contraditório, tão brincalhão. O universo é caos. A ordem é o que inventamos pra lidar com isso de uma forma mais tranquila. O problema da nossa cultura ocidental é que resolvemos, sei lá por quê, dar mais peso pra um dos lados. E aí começou a confusão. Por isso, perder a noção, lançar-se ao novo, passou a ser sinônimo de ser filho da puta. É por isso que fico tentada a celebrar os filhos da puta! Porque são filhos do desconhecido, da transgressão, da desobediência. Mas não confundam. Não façam isso. Não falo dos que querem parecer rebeldes. O rebelde simplesmente é rebelde porque não pode negá-lo. Ele é nômade. Ele é errante. Ele não é rebelde. Rebelde foi o nome dado pela moral. Ele é aquele que não pode negar a si mesmo, e nada mais. Nenhuma outra descrição lhe cabe.

Então, se hoje começa um novo ano, esse ano envolve um esforço de transgressão. O medo precisa dar lugar à loucura. Compartilho com Osho de que enlouquecer de vez em quando faz parte de uma vida equilibrada. Se não o faço, é por medo. O medo que todos temos, e que tantas vezes são máscaras, são muros que erguemos pra nos esconder. Medo: nesse momento, você não é bem-vindo. Deixe a dor se instaurar. A dor de nascer. De sair de um lugar estreito para um lugar amplo. Bonder também nos diz: "quanto esforço fazemos em direção ao nada". E nos conta parábolas de homens santos que olhavam com pesar aqueles que estudavam por obrigação e sorriam para os que, ao invés de estudar, dormiam, entregues ao sono sincero. Preciso ser sincera com o meu desejo. Desejo como potência, como abertura, como errância. Porque a gente confunde esse desejo, essa errância, com a cultura. A gente confunde. E fica lá, confortável, em nosso lugar de confusão, culpando o mundo por nossa fraqueza. Sair do lugar estreito para o lugar amplo é extremamente doloroso, mas é mágico. Se alguém lhe disse alguma vez que não seria desse jeito, lhe enganou. E é aí que percebemos a falta de estrutura. Buscamos o mundo ideal do lado de fora, no outro, no futuro que nunca chega, nos paraísos artificiais, no que já passou. O mundo "ideal" está dentro da gente. E essa dor, é a dor que temos que enfrentar para sermos tudo o que podemos ser. Nada marcou mais a mim neste espetáculo que ouvir: "aquele que não faz uso de todo o potencial de sua vida, de alguma maneira diminui o potencial de todos os demais". Fiquei sem ar esta hora...

No livro, a frase continua da seguinte forma: "se fôssemos todos mais corajosos e temêssemos menos a possibilidade de sermos perversos, este seria um mundo de menos interdições desnecessárias e de melhor qualidade".

Então, não quero mais a tolice do medo, e nem o medo de ser perversa. Ao menos isso é um passo e tanto. E hoje já rio de quem me diz que não tem medos. Afinal, quem de nós é iluminado o suficiente pra não ter medos? Onde estão os nossos budas? O medo é a gaiola que aprisiona a nossa condição de livres. Livres de verdade, e não livres como o rebelde do filme americano. Livres como aqueles todos que não cabem em classificações. Somos oceano. Somos algo de tal profundidade e densidade que assusta. Mas só assusta porque criamos uma série de certos e de errados. Mas às vezes o errado é o certo. Como, às vezes, o certo é o certo, o errado, o errado, e o certo é o errado. Sem hierarquia, sem prioridade. A vida é um constante ajuste, artisticamente um equilíbrio entre o bom e o correto, porque quase sempre eles não se encontram. E não podemos, em nome da justiça, essa que só agora entendo, deixar que a moral seja soberana. Precisamos sempre cultivar o jardim da desobediência, especialmente a de nossas gaiolas. Precisamos abrir as gaiolas. E nos deixar voar. Nesse momento, eu percebo que tenho dado muita atenção à moral. Mas, nossa! Como fui desobediente... Como, sem saber muito bem, deixei que a minha alma imoral fosse tão ela. Eu fui o que eu tive de ser. Eu fui os desejos todos que tive de ser. Mas depois de tanto acontecimento, agora me vejo ouvindo demais a moral. Me vejo aquela que tem medo de mais rupturas, especialmente a maior de todas elas: com a imagem que eu construí de mim mesma e que criou uma personagem. Dói. Dói despir-me desse jeito. Mas é preciso enfrentar que talvez, e muito provavelmente, eu seja tão diferente do que fui que nem sei mais como sou. Eu sou um bebê nascendo. E a memória do corpo não nega. Quando a gente sai de um lugar estreito para um lugar amplo, a gente sofre. Mas, não esqueçamos. O sofrimento é a chance que a vida nos oferece de sermos cada vez mais potentes. E quanto mais a gente amplia, mas sentimos necessidade de ampliar. Por isso, medo é palavra que deve estar presente sem ser soberana. Porque a vida sempre triunfa, e o caos, já nos dizem físicos e místicos faz tempo, é o padrão. E se a vida tiver que extinguir toda a espécie humana para triunfar, ela vai fazer. Mas duvido muito que isso aconteça. Somos grandes, eu sei. Quanto mais a gente amplia, mais queremos ampliar. Basta a coragem de dar passos para a frente e esquecer que os nossos medos tem nomes. Às vezes os damos nomes de coisas que nos parecem eternas e nunca superáveis. Culpa, por exemplo. Às vezes o nome é o do pai, da mãe, do chefe, do marido, da namorada. Às vezes o nome é ódio, às vezes é um palavrão. Mas mesmo que tenha nome, ele é só nosso. Não tem o nome de nada e de ninguém. E, por ser nosso, é que podemos com ele conversar para negociar seu lugar de soberania. Mas pra isso, meu bem, o esforço às vezes é muito grande.

Então hoje, eu, uma mulher, ser este que nunca deveria ter esquecido que é a semente da transgressão, que inclusive é quem planta no homem a desobediência, resolvi parar de ouvir as muitas asneiras que me dizem e guardar só aquelas falas potentes. Resolvi que preciso de mais ferramentas pra ampliar o que preciso ampliar. E que preciso me expressar do jeito que mais sei. Que meu corpo e minha alma são templos. Templos de um amor tão grande, que é capaz de se plasmar no todo e de superar o medo pra se mostrar. Busco as ferramentas, busco as estruturas. Ao menos, não tenho medo de buscá-las. Eu sou uma mulher apaixonada! Pela vida, pelo humano, por si mesma!

Tudo isto me traz uma lembrança. Há sete anos atrás ganhei um DVD de presente, e nele veio escrito como dedicatória: "com o desejo de que sejas o profeta de sua própria história". Fui profundamente tocada pelo filme e pelo livro Lavoura Arcaica, que hoje vejo como nada mais que uma história que fala sobre a tradição e a traição. Clarice, no início da peça, nos convida a um mergulho, desta forma absurda: "não há tradição sem traição, assim como não há traição sem tradição". Encerro, então, com uma reflexão sobre o tempo, de Lavoura Arcaica, porque me volta à memória sua trindade: o pai, o tempo longo, André, o tempo curto que se assusta, e Ana, nômade que desafia qualquer noção de temporalidade. O pai, ao dizer as palavras que seguem, dá a elas um peso que encurva nossos ombros. Como carregamos pesos sobre os ombros... André, se lesse o texto, o leria com a euforia do descobridor de novos mundos, mas que, no entanto, teme ao se deparar com esse novo, e escuta, temeroso, o pai. O pai pondera a fala, André fala demais. Ana simplesmente dança e não fala sequer uma palavra, ignorando qualquer reflexão sobre o tempo. Porque ela não o conhece, ela é a pura espontaneidade, a pura existência da natureza. "Porque a natureza mexe em time que está ganhando". É isso que precisamos aprender, é isso que preciso aprender. A dançar. Sempre. E cada vez mais. Dancemos, como Shiva, como Dionísio, convidando as soberanias de Vishnu e Apolo a se curvarem diante do equilíbrio. Para uma vida equilibrada, é preciso criar o espaço da loucura.

"O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor. Embora, inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento. Sem medida que eu conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza. Não tem começo, não tem fim. Rico não é o homem que coleciona e se pesa num amontoado de moedas, nem aquele devasso que estende as mãos e braços em terras largas. Rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde a conviver, com o tempo, aproximando-se dele com ternura. Não se rebelando contra o seu curso. Brindando antes com sabedoria para receber dele os favores e não sua ira. O equilíbrio da vida está essencialmente neste bem supremo. E quem souber com acerto a quantidade de vagar com a de espera que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco de buscar por elas e defrontar-se com o que não é. Pois só a justa medida do tempo, dá a justa natureza das coisas".

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